sábado, 28 de fevereiro de 2009

CONVOCAÇÃO


REUNIÃO DO MAL

MARÇO - dia 03/terça as 19:30hs e dia 22/domingo as 16hs no Mais Brasil

Atas anteriores em http://movimentoartisticolivre.blogspot.com/

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Feliz Ano Novo!!!

Pra quem acha que a vida começa após o Carnaval, tenho a honra de informar que David retornou de Ibiza, Rodrigo percebeu que não tem vocação para o ramo empresarial alimentício, Cidinha voltou (vestida) do Clube de Nudismo, e eu, Amabile,tive uma experiência mística no retiro espiritual com monges tibetanos...
Sim! Isso tudo é bobagem! Sério mesmo é que o Provocação se reuniu e deliberou sobre nossas linhas de pesquisa...

PROPOSTAS DE PESQUISA MMIX
Nossas linhas de pesquisa centram-se em duas propostas iniciais, que se num primeiro momento parecem contraditórias, um olhar mais apurado revela suas ligações. São elas:

MEMÓRIA
– subdividida em duas vertentes: Oralidade e Memória, uma busca pela redescoberta da memória coletiva, no caso, a tradição oral mogiana; e Memórias: Poéticas Pessoais, que visa valorizar a memória individual, examinando situações cotidianas e as possibilidades do sujeito sobre a ação.

INSÂNIA: INVESTIGAÇÕES SOBRE A LOUCURA
– partindo do texto base “Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdam, o grupo propõe–se a questionar os padrões sociais de “normalidade”. Roterdam personifica a Loucura na figura de uma mulher e em primeira pessoa descreve a sociedade com ironia impiedosa, ridicularizando as relações interpessoais (sempre vistas como relações de poder). É interessante perceber a contemporaneidade deste texto, mesmo tendo sido escrito na primeira década do século XVI. A sátira de Erasmo serve como condutor a enxerto de outros textos de “autores malditos” que tenham a “Loucura” como pressuposto, seja nas relações amorosas, sociais, políticas ou de fé.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

?

LEITURA DE "PALHAÇOS"





PARTINDO DA PESQUISA DA LINGUAGEM CÊNICA, O TEATRO DA PROVOCAÇÃO APRESENTOU SUA PRIMEIRA LEITURA DRAMÁTICA. BASEADO NOS TEXTOS "PALHAÇOS" DE TIMOCHENCO WEHBI E "VEM BUSCAR-ME QUE AINDA SOU TEU" DE CARLOS ALBERTO SOFFREDINI, A PRÉ-MONTAGEM PROPÕE-SE A QUESTIONAR AS RELAÇÕES HUMANAS, UTILIZANDO COMO PANO DE FUNDO O MUNDO CIRCENSE. O RECORTE DO TEXTO DE SOFFREDINI FUNCIONA COMO PRÓLOGO AO ESPETÁCULO, CUJA A ENCENAÇÃO SE FIRMA COMO UMA RELEITURA DA OBRA DE WEHBI. ALÉM DAS RELAÇÕES HUMANAS, OS TEXTOS DIALOGAM AO PROPOR UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO ARTISTA E SUA RELAÇÃO COM O PÚBLICO.
ELENCO: CIDINHA PRADO, DAVID PRADAL E RODRIGO LYNS
ILUMINAÇÃO; WALTER NETO

ORALIDADE E MEMÓRIA (PROJETO APRESENTADO À SECRETARIA DE CULTURA)

“... patrimônio cultural imaterial é composto pelas práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades e os grupos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio comum, e também pelos instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados.” 

UNESCO

 

1-     Apresentação

 

O Teatro da Provocação é um grupo que surge com a proposta de ser um núcleo de pesquisa de linguagem teatral, beneficiando-se das demais áreas artísticas para o desenvolvimento cultural integrado. Acreditamos que além das funções subjetivas (entreter, comover, sensibilizar) o teatro é um importante instrumento de formação e capacitação, criando questionamentos e estabelecendo novas leituras de mundo. A partir da visão do profissional de teatro como agente de transformação social que deve contribuir para construção de uma identidade cultural sólida no contexto ao qual está inserido, nos apropriamos da pesquisa, da experimentação, da transformação de teorias artísticas em vivências, do imaginário e do real, para a criação de repertório do grupo.  Com a certeza que podemos contribuir, apresentamos o projeto “ORALIDADE E MEMÓRIA: entre cenas e causos”, cujo intuito básico é a pesquisa e preservação da memória oral mogiana, através de oficinas de capacitação integradas e produção de espetáculos teatrais preparados durante as oficinas. Acreditamos que o projeto acima de tudo é uma homenagem à cidade de Mogi das Cruzes e a celebração de sua tradição. A tradição oral - por meio de lendas, causos, rezas, trovas, músicas - está incorporada as nossas mais antigas raízes culturais e constitui-se como símbolo de nosso riquíssimo patrimônio imaterial.

 

2- Justificativa e Embasamento do Projeto

 

“Ai, minha filha, havia neste

Mojim de Nosso Senhor Jesus Cristo,

coisas de assombrar...”

 

(Negra Nhana ao Professor Geraldo Brandão)

 

 

Tendo como referencial teórico inicial, as pesquisas desenvolvidas por Brandão e Mello Freire, este projeto centra – se nas trovas, cantigas, rezas, lendas e “causos” que povoam o imaginário dos moradores de Mogi das Cruzes. É interessante lembrar que, quando se trata do folclore mogiano, com suas crenças e tradições, não determinamos aspectos folclóricos apenas do município, mas traçamos um perfil, uma identidade folclórica regional. Várias são as lendas e “causos” que se perpetuam na tradição popular mogiana associadas ao sobrenatural, já que o homem do povo busca explicar o que não compreende, associando assim crendices, símbolos e religião. Há de ser lembrado que, com o tempo acabam-se perdendo detalhes, adquirindo novas simbologias ou até (infelizmente), caem no esquecimento... Para Nyssia Freitas Meira[1] :

“... à medida que elas (as lendas) vão sendo relatadas, vão surgindo variantes, deformações e até uma pitada de exagero.”

As tradições populares nos transportam a um outro momento da vida mogiana. Diferentemente do que ocorre hoje, os moradores de Mogi viviam em uma terra rodeada por matas, grandes terrenos baldios ainda existiam no centro da cidade e na periferia desenhava-se exclusivamente uma paisagem rural. Os becos e vielas escuros contribuíam para o clima de misticismo e crendices local...

Talvez pela precariedade dos meios de comunicação, talvez por sentir a passagem do tempo mais lenta, as famílias mogianas tinham mais tempo para uma “boa prosa” e com isso transmitir fatos acontecidos (ou imaginados) por essas terras...

 É muito triste tanto se perder! Não podemos permitir que a tradição oral desapareça, pois faz parte de nosso patrimônio mais importante: a identidade cultural de Mogi das Cruzes.

 

3- Objetivos:

 

Por meio das oficinas, o projeto deve inserir o participante num processo de descoberta artística, desenvolvendo suas potencialidades, fazendo um resgate histórico-cultural de forma contínua, assegurando o direito de acesso / participação na criação artística, desmistificando a visão de arte para poucos e afirmando o papel do teatro como instrumento de inclusão social. São objetivos específicos do Projeto:

a)     Estudar / pesquisar o folclore mogiano e, especificamente, a tradição oral do município. Recolher e documentar depoimentos de moradores antigos. Discutir coletivamente os tópicos de interesse e, experimentar/ vivenciar tais momentos através de exercícios, esquetes e improvisações;

b)     Estudar/ pesquisar material bibliográfico sobre o assunto. Discutir coletivamente os tópicos de interesse, que somados às entrevistas, darão suporte a dramaturgia dos espetáculos;

c)      Estudar/ pesquisar / experimentar teorias teatrais e jogos dramáticos, adaptando-os a realidade do grupo e da proposta;

d)     Agregar parceiros das diversas manifestações artísticas (dança, música, artes visuais). Discutí-las e experimentá–las, utilizando – as como mecanismo de aprendizado e crescimento pessoal, bem como integrá-las ao fazer teatral ;

e)     Montar dois espetáculos teatrais, sendo um concebido para palco e outro como teatro de rua, fruto de todo o estudo, discussão e experimentação realizadas pelos participantes. Diversificar o mesmo, enriquecendo – o com outras vertentes artísticas.

 

4- Metodologia:

 

Os procedimentos metodológicos adotados serão: análise dos saberes que os participantes possuem; atividades dialogadas; contextualização da tradição oral; produção através da experimentação de técnicas teatrais; roda de conversa; pesquisa e formação de acervo para dramaturgia; experimentação em música, dança e artes visuais (confecção de cenários, figurinos e adereços) e diagnóstico de forma contínua. Para cumprir nossos objetivos, acreditamos que o participante deve ter acesso a uma formação ampla, por isso nos centramos em uma carga horária que ofereça condições mínimas para as diversas experimentações que o teatro permite. Sendo assim, sugerimos:

 

1- Oficina de Documentação e Dramaturgia: capacitação de pessoas e desenvolvimento de acervo do grupo. Estruturação metodológica da pesquisa. Acesso à bibliografia existente. Coleta e registro de depoimentos de moradores antigos. Sistematização do material encontrado. Pesquisa, leituras e experimentações de tendências dramatúrgicas. Concepção de texto teatral. Disponibilização do acervo ao público.

 

2- Oficina de Teatro: capacitação de pessoas para atuar em espetáculo teatral. Pesquisa de linguagem cênica e experimentação de metodologias teatrais. Estudo da História do Teatro e prática cênica. Jogos, esquetes, improvisações.  Intervenções urbanas. Preparação de espetáculo de palco e teatro de rua. Apresentações.

 

3- Oficina de Cenário, Figurino e Adereços: capacitação de pessoas para pesquisa, concepção e produção destes elementos teatrais. Pesquisa de simbologias e códigos folclóricos. Elementos da cultura popular e suas representações. Transposição da tradição para a linguagem visual através da produção de cenários, figurinos e adereços para os espetáculos propostos.

 

4- Oficina de Expressão Corporal: capacitação de pessoas para pesquisa e experimentação corporal. O corpo como instrumento de comunicação. Frases coreográficas. Danças tradicionais: pesquisa e experimentação. Agregar o conhecimento obtido na realização da montagem dos espetáculos.

 

5- Oficina de Experimentação Musical: capacitação de pessoas para pesquisa e experimentação em música. Cantigas tradicionais. Instrumentos tradicionais. Construção de instrumentos. Preparação de coro. Repertório folclórico. Contribuir com a pesquisa e experimentações na montagem dos espetáculos.

 

6- Oficina de Contação de Histórias: capacitação de pessoas para pesquisa e transmissão da tradição oral mogiana. Utilização da oralidade para valorização de nossa identidade cultural. Pesquisa e formação de repertório. Contação para grupos, desenvolvendo agentes multiplicadores.

 

7- Oficina de Criação de Iluminação: capacitação de pessoas para o entendimento, experimentação, criação e operação de luz em espetáculo teatral. Concepção de luz para teatro. Montagem e operação de luz. Luz alternativa. Experimentações. Concepção, montagem e operação nos espetáculos desenvolvidos pelo projeto.

 

Ações complementares:

1- Reuniões semanais de equipe para diagnóstico e norteamento da proposta, com suporte pedagógico.

2 – Ciclo de Debates e Palestras: ampliação das discussões sobre formação da identidade cultural e o acesso aos bens culturais.

3 - Ciclo de Leituras Dramáticas: experimentações cênicas de textos com temáticas folclórica ou popular, objetivando a formação de público.

4 - Inscrição de espetáculos produzidos em festivais.

 

Carga Horária:

-         Três encontros semanais, por oficina, com duas horas de duração cada.

-         Um encontro semanal, com duração de duas horas, com equipe de oficineiros, para suporte e planejamento pedagógico.

 

OFICINA

CARGA HORÁRIA

SEMANAL POR OFICINA

CARGA HORARIA PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO

CARGA TOTAL POR OFICINEIRO

Documentação e Dramaturgia

6h

2h

8h

Teatro

6h

2h

8h

Cenário, Figurino e Adereço

6h

2h

8h

Expressão Corporal

6h

2h

8h

Experimentação Musical

6h

2h

8h

Contação de Histórias

6h

2h

8h

Criação de Iluminação

6h

2h

8h

 

TOTAL SEMANAL

56h

 

 

5- Recursos Materiais:

 

-         Disponibilização de cópias xerográficas, tanto do material pesquisado, sínteses e textos teatrais;

-         Aparelho de som com CD;

-         Material para oficinas: 10m de chita (estampas diversas), 10m de algodão cru, 10m de tule, 10 rolos de fita de cetim (várias cores), 4 tesouras grandes, 4 pistolas de cola quente grossa, 4 pistolas cola quente fina p/ acabamento, 20 bastões de silicone grosso, 20 bastões de silicone fino, 25 kit costura ( c/ agulhas, dedal, alfinetes), 1 grampeador- pistola, 10 cartolinas, 4 pincéis atômicos, 10 tinta spray (cores sortidas).

-         Disponibilização de datashow, agendado previamente pela equipe.

-         Disponibilização de equipamento de luz. (jogo básico)

 

6- Articulações do Projeto:

 

O Projeto deverá se articular junto ao Conselho Municipal de Cultura (COMUC), Secretarias e Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, entidades do terceiro setor e grupos de ação sócio-cultural do município, parceiros da iniciativa privada, universidades, Diretoria Regional de Ensino, Secretaria Estadual da Cultura, Ministério da Cultura, entre outros.

 

7 – Público- Alvo:

      Adolescentes a partir de 14 anos e adultos.

 

8 -Disponibilidade da Equipe:

 

Segunda a sexta – feira, com flexibilidade de horário.

 

9 - Parcerias:

 

Acreditamos que um projeto de importância como este não pode deixar de ser aplicado por questões financeiras. Conhecendo as dificuldades da captação de recursos, propomos uma parceria a Secretaria Municipal de Cultura.

A aplicação do projeto será realizada pelo Teatro da Provocação, devendo prestar esclarecimentos sempre que for solicitado, além de relatório mensal à Secretaria e demais interessados.

A Secretaria de Cultura do município atuará como gestora do projeto, fornecendo um espaço fixo adequado, material para realização das oficinas e contratando os oficineiros indicados pelo grupo, já que além de capacitados, possuem comprometimento com a proposta. Como esta é uma proposta coletiva, cujo objetivos e finalidade são comuns, solicitamos que caso aprovado, o projeto seja desenvolvido em um único equipamento e sugerimos que este seja a Arena Poeta Cláudio Ferreira, sala localizada no Museu Histórico Profª Guiomar Pinheiro Franco, local ideal para aplicação do mesmo (fácil acesso à Biblioteca e Arquivo Histórico), onde podemos expandir a ação e nos apropriarmos da “Travessa da Lapa”, realizando atividades externas.

Toda a produção dos espetáculos é de responsabilidade do Teatro da Provocação, que deve buscar mecanismos de captação de recursos para viabilizá-los.



[1] Meira, Nyssia Freitas: Boygi – Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal,p.12